sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Vampiro Lestat

Estava encantado com o mundo da música de rock — o modo como os cantores podiam gritar sobre o bem e o mal, se proclamar anjos ou demônios, enquanto os mortais se levantavam para aplaudir. Às vezes, pareciam a pura personificação da loucura. E, no entanto, era de tecnologia fascinante a complexidade de sua apresentação. Era selvagem e cerebral, de uma maneira que não creio que o mundo tivesse algum dia visto em épocas passadas.

No mundo das artes e do entretenimento todos os séculos anteriores estavam sendo “reciclados”. Músicos executavam Mozart tão bem quanto o jazz e o rock; as pessoas iam ver Shakespeare numa noite e, na outra, um novo filme francês.

Em megalojas iluminadas por luz fluorescente podiam-se comprar fitas com madrigais medievais e tocá-las no som do carro, enquanto se rodava a cento e quarenta quilômetros por hora nas auto-estradas. Nas livrarias, a poesia renascentista era vendida lado a lado com os romances de Dickens ou Ernest Hemingway. Os manuais sobre sexo ficavam nas mesmas mesas com O livro dos mortos egípcio.